domingo, 31 de março de 2024
O VÍCIO DA MITOMANIA
terça-feira, 26 de março de 2024
A CURIOSA FUNÇÃO ESTABILIZADORA DA DOENÇA PSÍQUICA - A DOENÇA COMO UM “MAL MENOR”
segunda-feira, 25 de março de 2024
KASPAR HAUSER, A CRIANÇA CONGELADA
domingo, 24 de março de 2024
PEIXE GRANDE
Tudo começa “em casa”: a submissão raivosa que temos com nosso próprio Superego, a maneira como nós nos defendemos dele: assumindo seu papel, cagando regra para os outros, fazendo e sofrendo bullying, sentindo angústia ao pensar no mundo, nos defendendo dessa angústia com TODOS os mecanismos de defesa, os que causam e os que não causam doenças psíquicas.
Enfim, acho que peguei um “peixe grande”…
quarta-feira, 20 de março de 2024
O AMIGO PERGUNTA - “Todo narcisista é um sacana fdp?”
“Todo narcisista é um sacana fdp?”
Francisco Daudt: Não. É importante lembrar que os narcisistas nem sempre estão de sacanagem, nem sempre desenvolveram externamente doença sadomasoquista fodão-merda, apesar de seu Superego ter essa postura com eles.
O que mais move os narcisistas é a necessidade de se defender do maior sofrimento que sua doença produz: o sentimento de ser um merda, uma ameaça a sua autoestima que estará sempre presente no Superego de um narcisista genético.
terça-feira, 12 de março de 2024
"VOCÊ QUER EXTIRPAR O SUPEREGO?"
CURA EM PSICANÁLISE
A psicanálise é um processo de permanente diagnóstico. Diagnóstico significa conhecimento amplo (do grego “dia”, que atravessa, que abrange completamente + do grego,“gnosis”, conhecimento).
É o diagnóstico continuado que torna consciente aquilo que estava causando doença, e que estava em nosso inconsciente. Portanto, a cura em psicanálise vem de conhecer mais e mais as origens e funcionamento das doenças psíquicas.
Todas as doenças psíquicas são “dramas menores que aparecem em lugar de dramas impossíveis de lidar”. Sim, mas essa impossibilidade de lidar vem da falta de conhecimento com que a pessoa foi apanhada no drama, geralmente na infância.
Ou seja, o drama nos pega despreparados, dele vem uma doença que “desvia o assunto” para ela, e ao termos que lidar com a doença, nós nos mantemos na suposição de que somos incapazes de lidar com o drama.
Ao decodificar a doença em seu drama de origem, a reação costuma ser, “Ah, então era isso? Bem, não é tão complicado como eu pensava…”, e a doença some, por ter se tornado obsoleta em sua função.
Como exemplo, a neurose fóbica: ter medo de baratas substituiu um drama muito maior, que era a angústia causada por ter medo do desamparo, caso sua raiva contra quem o amparava (em geral, os pais da criança) fosse descoberta. A raiva tornou-se inconsciente, a ameaça de desamparo também, e em seu lugar surgiu o “drama da barata”, seguramente um drama menor e mais controlável.
Ora, o medo de ter raiva dos pais e de ser por eles desamparado vinha da total incompetência e inabilidade da criança, por não saber lidar com sua raiva. Não saber que a raiva é a reação natural frente às injustiças; não saber que a raiva pode ter outras saídas além da vingança; que ela ser conduzida a se fazer uma negociação em busca de justiça.
Então, essa raiva trazia um drama enorme: “afinal, eu amo meus pais, ou os odeio?” É um drama típico do “tudo ou nada”, do “ou uma coisa, ou outra” dos obsessivos.
Aquela pobre criança despreparada não tinha alternativas a não ser sentir uma angústia enorme. Ora, as doenças psíquicas são justamente fruto de mecanismos de defesa contra a angústia de desamparo. Ela passa a lidar com a doença, em vez de lidar com um drama que não saberia como administrar: um drama aterrorizante.
Quando a psicanálise vai diagnosticando todas as etapas do processo:
1. as injustiças da criação que produziram raiva;
2. o julgamento idiota do Superego infantil de que a raiva contra os pais é um crime imperdoável, punível com o desamparo; a angústia que veio disso;
3. o encontro com a barata, como substituto controlável para aquela ameaça;
4. o congelamento em que a fobia mantém o drama, como se ele fosse insolúvel), finalmente o drama parece ter solução: ele não era o monstro imaginado; ele pode ser resolvido de outras maneiras.
Eis aí a cura em psicanálise.