O AMIGO PERGUNTA
“Tenho um casamento que está perto de comemorar dez anos. Logo no primeiro ano de namoro, o sexo mudou, porque veio o "Eu te amo". Depois que meu marido me colocou neste pedestal do amor, eu não pude mais ser o seu objeto de desejo carnal. Tudo ficou morno, ponderado, com mais respeito e menos frequência. Tentei conversar sobre isso muitas vezes, sempre responde que me ama e me deseja. Contudo, já o peguei se masturbando algumas vezes e isso me deixa muito triste. O que acontece com ele?”
Francisco Daudt: Seu marido parece ter um conceito de sexo que muitos homens têm, a divisão de mulheres em duas categorias apenas: a santa e a devassa. No tempo de conquista, a mulher está mais desconhecida, permite que a imaginação funcione mais, o sexo é menos pessoal, acaba se parecendo com a atividade sexual básica de todos os homens, que é a masturbação.
A partir do momento em que você se tornou importante para ele, você começou a ganhar a categoria de santa, e para o Superego dos homens, as santas são assexuadas, pois “são parentes”. Não é de espantar que ele tenha regredido à masturbação, que é o sexo seguro que ele conhece desde sempre.
Ele não foi apresentado ao sexo pessoal, que é uma decorrência do carinho afetuoso, do chamego feito na cama, sem compromisso com a aeróbica, mas que é capaz de despertar o tesão. Esse é o caminho para o sexo pessoal, para muitos homens que fazem aquela separação de que falei acima.
Sugiro que você mostre essa carta para ele, para que ele se sinta compreendido e acolhido, enquanto lhe indica uma saída vantajosa de uma situação que também deve incomodá-lo.