quinta-feira, 18 de março de 2021

O SUPEREGO E O DESEJO DE ÉTICA 2 - O AMIGO PERGUNTA

 




“A felicidade dos outros me interessa, pois suas infelicidades atrapalham a minha felicidade”.

John Stuart Mill

Definindo ética como “um acordo de não causar dano injustificado” (legítima defesa é, como diz o nome, justificada, p.e.), abre-se um leque de possibilidades de como absorvê-la, como implantá-la em nós.

Vai desde o temor das leis e da força do Estado que as impõe, até achá-la bacana e querer tê-la como virtude cultivada: o desejo de ética. O desejo de contribuir positivamente vai além: é a ética ativa.

Mas como nosso assunto é psicanálise, vamos nos focar no que se passa dentro de nossas cabeças: natureza humana, desejos egoístas e predadores, cooperação, consciência moral, sentimento de culpa, medo do desamparo, do banimento social, medo físico. Conflitos íntimos, guerra interna, dilemas existenciais.

Coisas que acontecem no cenário que Freud desenhou:
.no Id (“Algo em mim”: as forças inconscientes herdadas, os dramas históricos esquecidos de nossa criação);

.no Superego (“O que está acima de mim”: nosso juiz interno, acusador que usa nossos medos para que cumpramos suas leis; junto com ideais de perfeição inatingíveis que sempre nos olham como faltosos, em eterna cobrança).

.no Ego (o “Eu” que sentimos ser, que tenta mediar o embate dos dois Titãs anteriores e que, como o marisco, sofre entre o mar e o rochedo).

Se houver guerra interna, se o reprimido no Id for se transformando no cão furioso, vai-se precisar de um carcereiro com grandes poderes de ameaça: o Superego. Mas isso implica não haver espaço para o Eu, eu não poderei desejar de maneira ética, bela, virtuosa. Só haverá soluços de transgressões, resultando em medo e culpa depois.

Mas, assim como a filosofia nasceu da paz, do tempo de refletir, conversar, cultivar o espírito, a mesma coisa pode nos acontecer. Em duas situações: souberam nos criar bem (algo totalmente excepcional, pois criar filhos é o trabalho mais difícil que existe, e os pais, portanto, esbanjam incompetência no assunto).

A segunda situação é a melhor possibilidade da psicanálise: ela ter o papel de pacificadora, entendendo a guerra, os interesses das duas partes em conflito, a serviço do nosso Eu. Seu melhor instrumento é promover a justiça histórica.

Acalmado o cão, o carcereiro pode ter uma digna aposentadoria. O cultivo da felicidade pedirá à sabedoria de John Stuart Mill sua bússola para o desejo de ética: “a felicidade dos outros me interessa, pois suas infelicidades atrapalham a minha felicidade”.

Compare agora isso com o Imperativo Categórico de Kant, o lema da ética de Superego: “Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para todos os seres racionais”.

Ou seja, só faça aquilo que possa ser feito por todos os humanos, caso contrário, você estará sendo antiético.

Compreende quando eu digo que o Superego impõe ideais inatingíveis?

O Ego aqui prefere o John...



 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



 

 

O SUPEREGO E O DESEJO DE ÉTICA 1 - O AMIGO PERGUNTA

 



Marcio Fagundes: “Precisamos do Superego para sermos corretos?”

FD: Obrigado pela pergunta; essa é uma questão central na prática/teoria da psicanálise.

Este é um tema em que toda a sua compreensão da complexidade precisa estar presente. Vou falar bem e vou falar mal do Superego; ambas as coisas valerão. Cada pequeno parágrafo será válido, não invalidará nem o anterior, nem o próximo.

O Superego se parece com o carcereiro de um cão furioso/libidinoso/exagerado: solte o cão, e você verá as consequências...

Mas sua presença, e a existência de uma prisão, mantêm o cão em estado de fúria. Ou seja, o emprego do carcereiro não é só conter o cão; é também manter a má fama do cão. E sua fúria! Assim, o carcereiro mantém assim seu emprego e sua importância.

Que tal se nos aproximássemos aos poucos e examinássemos o cão (e o carcereiro) sem todas as cargas de preconceito sobre eles? Que tal conhecer o cão? Que tal conhecer o carcereiro?

Que tal conhecer a pessoa que carrega e mantém – com muito medo – cão e carcereiro como intocáveis, mas sabendo que o peso desse fardo lhe verga as costas e atrasa imensamente sua vida?

Eis o dilema do psicanalista: ele escolherá o reforço do sistema da carceiragem? Ou ele preferirá ser o laborioso investigador da política repressora que a doença de seu cliente contém?

Infelizmente, a história da psicanálise está cheia de reforçadores do sistema da carceiragem. Há muitos teóricos da psicanálise que foram apoiadores do Superego. Há poucos investigadores. Mesmo que Freud, seu inventor, tenha apostado completamente na investigação.

É compreensível: apoiar o Superego é mais simples. Dá respostas rápidas. Dá conselhos – mesmo que esses venham disfarçados de silêncios e de mistérios, os “conselhos que se envergonham de assim ser”. Investigar exige mais que isso...

O que nos leva à questão inicial: qual a relação da ética com o Superego? Pode haver ética sem ele? Pode haver desejo de ética?

(Prossegue em “O Superego e o desejo de ética – 2”).



 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



 

 


OS OUTROS - O AMIGO PERGUNTA

 



“Qual é a primeira orientação que você daria para um estudante de psicanálise?”

Francisco Daudt: Não tire os outros por si mesmo; eles são diferentes.

O que não significa deixar de usar símiles para se pôr na pele deles, para treinar empatia. Se você estiver atendendo um matador de velhinhas, procure um dentro de você. Eu sei que vai encontrar...




 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



 

 

quinta-feira, 11 de março de 2021

A PSICANÁLISE DA PSICANÁLISE



Quanto mais metida a pessoa, mais insegura ela é.

A psicanálise nasceu com complexo de inferioridade. Freud era um neurologista na Viena do século XIX. Eles se consideravam deuses da ciência.

Quando Freud inventou a psicanálise, quis que ela tivesse um status semelhante ao da ciência que fazia. Apresentou-a a seus pares e eles a rejeitaram como maluquice.

Diante disso, Freud mandou seus pares às favas (mas o ressentimento ficou) e tornou-se independente na sua pesquisa. Grande passo!

Alguns colegas seus se juntaram a ele, deslumbrados com sua invenção. A partir daí, dois movimentos aconteceram: a pesquisa psicanalítica em si e a tentativa de dar a ela um lugar respeitável na ciência (e como ciência).

Até hoje tenho ambivalências diante do passo seguinte dado por Freud: constituir uma instituição para zelar pela psicanálise. Se por um lado vejo o benefício da criação de um espaço para diálogo teórico com gente interessada, por outro vejo o custo que a luta de poder institucional e a busca de status social decorrente impuseram à psicanálise.

Só médicos eram admitidos (mais um sinal de insegurança), até que Theodor Reik, psicólogo, causasse uma virada de jogo, ao ter sua admissão defendida por Freud (“A questão da análise leiga”, 1926).

Entre as sortes que dei na vida, uma foi a de ser “descendente direto” dessa linha de formação: Freud formou Karl Abraham, que formou Theodor Reik, que formou Angel Garma, que formou meu psicanalista formador.

É por isso que minha origem é freudiana, mesmo em tempos de Melanie Klein e de Lacan. O que eu fiz com essa origem, bem, imitei Freud e me tornei independente.

Mas a insegurança dos psicanalistas continuava (continuava?). Até hoje há quem ache que a psicanálise é algo “acima da psicologia”, que não faz parte dela, mesmo “psicologia” significando “estudo da mente”.

A monumentalização de irrelevâncias e adereços, como a do o célebre divã, é sintoma desse confeito, desse glacê que foi se tornando mais importante que o bolo.

Estive num debate de psicanalistas falando disso, e um colega de Portugal contou que, em sua sociedade regional, foi apresentada uma tese defendendo extensamente o ângulo de 45º para a poltrona do analista, em relação ao divã.

Não é à toa que o atendimento on-line causou tanta “comoção” no meio societário...

Outras decorrências desse delírio de status versus o aprimoramento teórico/epistemológico da psicanálise foram a criação de jargões incompreensíveis, verdadeiras viagens na maionese, para dar a impressão de que a psicanálise tratava de coisas “inefáveis e muito além da compreensão dos simples mortais”. Como o Chacrinha, a psicanálise não teria vindo para explicar, mas para confundir.

A minha defesa de transparência e clareza a se abordar o estudo da mente tem o objetivo de cuidar do bolo de boa qualidade, não de seu confeito vistoso. Se a psicanálise quiser se aproximar do conhecimento verdadeiro, precisa ser humilde. Precisa importar da ciência o “dar a cara a tapa”, o estar vulnerável a que lhe apontem os erros.

Mais uma vez: quanto mais metida a pessoa, mais insegura ela é.




 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



 

 

ENTREGA




“Entregou sua alma ao Criador, para o descanso eterno”...

Raramente vi uma série de eufemismos tão enganosa... e tão sedutora. Quem “entregou”? O falecido? E por acaso ele tinha escolha? Sua alma? Ora, faça-me o favor... Ao Criador? Para um descanso que ele vai usufruir? Eternamente?

Mas é altamente sedutora, pois supõe um ato amoroso de vontade de se entregar ao Pai, que o recebe e protege para sempre, livrando-o dos cansaços da vida.

O prazer da entrega é uma encrenca para a maioria das pessoas, principalmente para os homens. Os alarmes homofóbicos tocam alto, quando se fala dele. “Vou me entregar aos braços de Morfeu? Que história é essa? Eu sou é macho, cara!” Calma, eu só queria dizer que você está indo dormir...

“João Valentão é brigão... a todos João intimida
Mas tem seus momentos na vida
É quando o sol vai quebrando lá pro fim do mundo, pra noite chegar;
É quando o cansaço da lida da vida obriga João descansar”

A linda canção de entrega, de Dorival Caymmi, fala desse dilema dos homens (e não só deles): criados para a atividade, têm medo da passividade, da entrega. Quantas crianças e adultos brigam contra o sono até caírem desmaiadas, por nocaute? Quantos precisam da ajuda do álcool, ou de um comprimido, para aceitarem esse momento?

No entanto, assim como não existe sono sem entrega, também não existe o orgasmo sem ela. Seja masculino ou feminino, o orgasmo é um momento de entrega total. Um homem pode até ejacular, mas sem abrir mão da obsessão de controle que domina sua vida, não gozará do prazer que o clímax pode dar.

A entrega de que falo não é um ato cego, impulsivo ou insensato: ela conversa com a lucidez e avalia riscos, através da confiança. Esse permanente medidor interno, uma espécie de “confiômetro” que temos, pode ser conscientemente cultivado para nos dizer quando e com quem nos permitir momentos de deixar fluir, de soltar as rédeas, suspender as censuras, de estar à vontade.

O psicanalista precisa ter a experiência desse sentir-se à vontade, do confiar seus pensamentos sem barreiras na prática da associação livre de ideias. Ele já foi cliente, e sabe o quanto confiou (ou desconfiou) em seu analista. Ele avalia o nível de entrega que pôde ter. Ele sabe que há uma correlação direta entre a intimidade mais secreta que confiou e o bom êxito da psicanálise que experimentou.

É preciso lembrar que a psicanálise se diferenciou da hipnose justamente pela lucidez da entrega: enquanto o hipnotizador dizia “Você está sob meu poder!”, e impunha que o cliente se entregasse através da dominação, o psicanalista precisa abdicar da posição de “Acima, superior ao paciente” (Superego = Acima de mim), para ser um prestador de serviço, advogado de defesa, estar a seu lado, trabalhando junto (colaborando, cooperativo), deliberadamente voltado à construção da saúde e do bem-estar de seu cliente.

A confiança será a base da entrega.




 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



 


 

TENTANDO EXPLICAR A COMPLEXIDADE



“Depois de muitos estudos, concluí que o elefante é um conjunto de quatro grossas palmeiras, cravadas no chão”, disse o primeiro palestrante do Congresso de Cegos.

“Discordo!”, disse o segundo, “a minha observação mostra que ele é uma grande mangueira, com dois furos na ponta”.

“Nada disso, ele é um muro com uma corda pendurada, que termina em um chumaço de pelos!”, disse o terceiro.

Desde então, o elefante se tornou meu ícone da complexidade. Como explicar ao cliente que o aspecto por mim apontado não anula o outro, mesmo sendo o oposto dele? Como dizer que ele pode amar e também não gostar de um filho que urra sem parar durante a noite? Como fazê-lo ver que sua sexualidade não é uma coisa só? Como evocar Mário de Andrade, e lembrar-lhe “você é trezentos”?

O senso comum induz a um pensamento automático que não é estéreo, é mono; não é policromático, é preto ou branco. Ele te encosta na parede com a falácia do “reductio ad absurdum”: “Ah, você quer entender as razões do estuprador? Então você é a favor do feminicídio, né?” Ele cria censura do pensamento, pudores ideológicos, medo da incorreção política.

Ele emburrece por simplorismo. São duas coisas que a psicanálise não pode ser: nem burra, nem simplória.

Minha metáfora favorita para falar da complexidade sempre foi a análise vetorial: sobre o mesmo ponto, várias forças (os vetores) são aplicadas. Elas têm intensidade, direção e sentidos diferentes. Ainda por cima, mudam constantemente. Desse conjunto surgirá uma resultante que move o ponto.

“Você é uma boa pessoa. Mas não está imune à raiva. Quando ela aparece, você fica horrorizado. Por isso, move-se na direção contrária, e se torna super bonzinho. Como resultado, as pessoas abusam da sua bondade. Isso te dá mais raiva. Mais raiva, mais perturbação. É dessa misturada de forças atuando sobre você que vem seu sintoma de pensamentos raivosos invasivos...”

Mas a análise vetorial requer uma lembrança que seja das aulas de física, o que não é comum. Passei então a usar um rio e seus afluentes, para falar dos componentes alimentadores da complexidade. Ah, tem até a pororoca, como vetor contrário.

Enfim, falar da complexidade é complexo, um pleonasmo redundante; entendê-la é um plus a mais, adicional...



 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



 

 

sábado, 6 de março de 2021

TENTANDO ENTENDER O CAPITÃO. 2


Em resposta ao Ricardo Rangel
TENTANDO ENTENDER O CAPITÃO. 2

Quase um ano depois, volto ao assunto. Desta vez, por uma provocação do Ricardo Rangel, que escreveu sobre o impulso de morte que dominaria o capitão.

Como o impulso de morte é uma das hipóteses freudianas mais enigmáticas, e das que mais me intrigaram, acrescento aqui o que já pensei sobre ela e como ele se aplica, a meu ver, ao capitão.

Diferentemente do que acontece em outras espécies, a morte é um assunto para a nossa. Sabemos que ela nos espera, inescapável como os impostos. Isso produziu em nós um complexo de inferioridade básico: vivemos tentando negá-la, “superá-la”, racionalizá-la. Pirâmides, religiões, cruzadas, “legados”, a “imortalidade” da Academia, enormes feitos foram engendrados para nos afirmar maiores do que ela.
Infelizmente, não são apenas as belas construções que a negam. Estas são resultado de inteligência e de perseverança: se não a evitam, podem melhorar a vida, trazendo-lhe beleza.

Não. Um meio mais simplório de afirmar-se maior é o reverso de construir: a destruição. Desde o imbecil que se acha fodão porque pixou a cúpula da Candelária e se tornou um “herói” na tribo de seus pares, até as diversas formas de assassinato: gangues, guerras, suicídio (a afirmação máxima de controlar a morte, ainda que ele vá da eutanásia ao mais lamentável de todos, o suicídio de vingança), o fuzilamento dos inimigos, o linchamento, e em termos mais atuais, o cancelamento.

Pode-se dizer então que, quanto mais primitiva e tosca a mente, mais simplória será a solução de se afirmar não-merda, de se dizer maior: aniquilar o adversário. 

A democracia é uma construção complexa e permanente. A tirania sempre foi o governo mais simplório e primitivo. Convencer é complexo; vencer é simplório. Divergir no debate é complexo; prender/matar o divergente é simplório.

O grande lamento de Nelson Rodrigues (“os imbecis dominarão o mundo; não pela qualidade, mas pela quantidade: eles são muitos”) era pela forte suspeita de que a democracia possa ter sido um ponto fora da curva, um acidente na história da humanidade.

Agora reviso nas entrelinhas a postagem de abril de 2020:

Ruth de Aquino, em artigo, defendeu que ele é psicopata, e não louco. Creio que ela acerta um pouco, mas erra muito, principalmente por simplificação. 

A meu ver, a encrenca do capitão é uma soma, uma mistura de:
a) burrice tosca complexada, desses que se percebem burros e negam isso de forma agressiva, em permanente atitude de defesa, por se sentirem sob permanente ataque/crítica.

b)  um atroz e invejoso ressentimento da inteligência e da cultura alheias, ao ponto de ver a razão e a ciência como inimigas, e crer que sua opinião prevalece sobre fatos.

c) perversão sadomasoquista semelhante à do Trump, do tipo fodão-merda, que precisa de constante afirmação/adulação para combater sua insegurança, precisa de uma tribo de seguidores fanáticos para se apoiar, precisa compulsivamente de apontar os outros como merdas para se sentir fodão (com a diferença de que Trump não é burro, é principalmente fodão-merda); 

(Nota: já dá para perceber que o único projeto de governo do capitão é se reeleger. Ele vê que não sabe governar e não governa, só ocupa seu tempo em campanha, brigando e tentando virar ditador.)

d) sim, algum grau de psicopatia, mas não elevado. Um bom psicopata não se sente ameaçado como ele se sente, basta vê-lo no pronunciamento público ao despedir o Mandetta. Ele parecia vidrado, meio atemorizado mesmo; de jeito nenhum estava frio como um psicopata estaria.

(Nota: outros sinais de medo são o destempero histérico, a coprolalia e o sumiço diante da prisão do Queiroz.)

O capitão parece acreditar nas besteiras/inverdades que diz, diferentemente de Trump ou Lula. Ele parece crer que seu passado de atleta o imuniza contra a Covid etc. Isso faz com que ele soe realmente sincero e autêntico, como seus seguidores dizem. 

Já Trump e Lula mentem com gosto, com o gozo de quem sabe que está fazendo os outros de idiotas. Isso sim, é coisa de sociopata/psicopata.

Enfim, me esforço por entender a complexidade desse fenômeno da democracia representativa, pois que ele realmente representa um significativo percentual da população, daqueles que sempre se sentiram ressentidos e humilhados pela suposta superioridade intelectual das esquerdas (o “politicamente correto” foi fator de irritação anti-esquerdas na eleição dele e na de Trump) e veem no capitão sua revanche.




 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD