quinta-feira, 1 de agosto de 2024

O PEGADOR E A MULHER-MARAVILHA

 


É importante lembrar que nem todo uso de um personagem construído em que nos metemos remete ao falso-self. 

De algum modo, todos nós usamos personagens diferentes em ambientes diferentes, o que mais se adapta a aquele ambiente, como diversas faces de nossa personalidade, como o “sociável”, o “engraçado” etc. 
Há mesmo personagens construídos que servem à nossa sobrevivência, mecanismo de defesa diferente do falso-self: uma pessoa com infância muito sofrida pode construir em si uma espécie de super-herói a quem nada afeta. 

O problema é ela se acostumar a esse personagem, não saber nada de seus desejos e manter pela vida afora circunstâncias adversas em que o personagem continue a ser necessário. Isso poderia se estabelecer como um vício de domínio-submissão difícil de largar.

Outro personagem defensivo é o “pegador”, uma espécie de defesa contra as inibições sexuais em que a pessoa se vê com autoestima baixa para se fazer desejado, mas seu “personagem pegador” supostamente não sabe o que é isso. 

O problema é que a pessoa pode se tornar dependente desse personagem, novamente como num vício de domínio-submissão, continuar pela vida sem saber seus próprios desejos, e se ver impotente quando quiser uma relação mais pessoal.


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