domingo, 18 de fevereiro de 2024

“Qual é a verdadeira psicanálise? Ouço falar dela de tantas formas…” - O AMIGO PERGUNTA

 


O AMIGO PERGUNTA
“Qual é a verdadeira psicanálise? Ouço falar dela de tantas formas…”

FD: Tal coisa não existe. O que há são propostas de psicanálise. O denominador comum poderia ser o reconhecimento de que um complexo de Édipo inconsciente nos manipula e atrapalha.

Mas mesmo disso não estou seguro. Vejo algumas psicanálises que se mostram narcisistas, almejando adoração por parte do cliente através de lhes causar perplexidade em vez de esclarecimento; psicanálises que não têm empatia por ele, não têm interesse nele e não pensam em termos de diagnóstico e de busca da cura da doença diagnosticada.

Por isso, o que eu proponho é que cada um apresente seu produto e que as pessoas possam escolher o que lhes cai melhor: se a clareza, o diagnóstico e a busca pela cura através da investigação, ou a viagem transcendental e o misticismo religioso.

Muitos ficam intrigados por eu apoiar a crítica da Natália Pasternak sobre a psicanálise tendendo à pseudociência. Porque eu sei que a psicanálise não tem condições atuais de ser ciência (quem sabe, um dia), pela complexidade do seu objeto de estudo. 

Mas ela pode sim se valer do método científico quanto aos seus princípios: a busca do conhecimento verdadeiro e a exclusão do falso, através da facilidade de refutação: se o analista for suficientemente claro em suas hipóteses, o cliente pode refutá-las (segundo Karl Popper).




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