quinta-feira, 17 de agosto de 2023

O PSICANALISTA COM RAIVA

 


Essa profissão é muito curiosa. Na vida do dia a dia, se alguém faz algo que nos desperta raiva, ou reagimos, ou nos afastamos. Mas se é o cliente, a nossa raiva despertada traz uma informação: “ele deve fazer isso com todos; isso é um problema na vida desse cara”.

E assim, em vez de dar-lhe uma martelada na cabeça, ou fazê-lo sentir-se culpado, ensino aos alunos que eles usem seu sentimento como início de uma investigação. Do tipo (aqui, em forma caricatural): “Olha, você falou/fez aquilo; eu fiquei com vontade de te matar. Isso é comum na sua vida? Porque podemos estar diante de uma encenação da sua história, em forma de sintoma”.

Eu sei, é difícil, mas a gente aprende. De mais a mais, a raiva existe como motivação para se buscar justiça, e a investigação dos sintomas é a forma do psicanalista de encetar essa busca.



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