ATENDENDO AOS ALUNOS: DIAGNÓSTICOS EM PSICANÁLISE - 2º capítulo
Perfis mentais genéticos: obsessivos e narcisistas
Um dos principais cuidados que um psicanalista precisa ter é não tirar os outros por ele. Há várias “formatações cerebrais” com as quais se nasce, é preciso entender qual.
Nem estou falando de síndromes mais evidentes, como o espectro autista ou a de Down, mas especificamente de duas genéticas: o caráter obsessivo e o narcisismo. É pura loteria genética, mas… se a pessoa é fruto de dois narcisistas, ou de dois obsessivos, as chances de sê-lo também são altíssimas. Começando pelos…
1. Obsessivos:
Podem ser detectados desde a tenra infância, pela obsessão detonada na época em que ganham capacidade de controlar a liberação das fezes. A obsessão básica é ter controle e ter pureza. Sobre as sujeiras físicas (o cocô) e sobre as sujeiras de espírito (a raiva). O antimodelo maior será “jogar merda no ventilador”: a explosão de raiva.
Sua concepção de tudo é radical e extremada: certo ou errado; limpo ou sujo; bom ou mau; amor ou raiva; arrumado ou bagunçado; pontual ou atrasado; zero ou cem.
Rigidez e rigor imperam. Não há meio-termo, não há flexibilidade, não há ambivalência (quando ambos valem), não há tolerância: todos os primeiros ítens são bons e puros; todos os segundos são maus e sujos.
Serão de dois tipos:
1. Os hiperculturais: meticulosos, limpos, ordeiros, arrumados, bonzinhos, estudiosos, prestativos, obedientes, amorosos e… controlados/controladores.
2. Os contraculturais (também chamados de “rebeldes” ou “prisioneiros da vingança”): tudo ao contrário do que os pais mandaram, o avesso de todos os ítens acima.
(Em breve os próximos capítulos)
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