O cerne do que nos faz explodir de risos é o debochar do Superego. Nós todos temos uma raiva reprimida dessas leis tirânicas (e frequentemente idiotas) que formam o senso comum e que absorvemos em nossos Superegos, pela chantagem: “seja assim, ou você vai ser cancelado/desamparado”.
Mas há níveis em que o deboche do Superego nos faz rir, e níveis em que a gente diz, “ah, aí também não!”, e passamos a criticar a comédia.
Novamente, quem decide esse limiar é também o senso comum, que muda a cada tempo. Por exemplo, o auge das demonstrações de superioridade moral e de níveis de se sentir ofendido por tudo parece estar passando, saindo de moda, mas ainda assim…
Um desses níveis parece ter sido transposto por um comediante de stand-up, que vinha usando o senso comum do politicamente correto para transgredi-lo sistematicamente em tudo que podia.
Aí o Superego veio com tudo: “Tá vendo no que dá esse excesso de liberdade!?” No entanto, nossa liberdade e nosso direito de mandar na própria vida são fruto de uma crescente negociação/transgressão com as leis do Superego. Com direito a avanços e recuos… e mudança das leis.
Se não fosse assim, ninguém conquistaria uma vida sexual não transgressora…
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