Trazemos múltiplos preconceitos inatos em nosso cérebro, são softwares que vêm com a máquina, a começar com a maneira como vemos os estranhos de qualquer sexo: avaliação instantânea se representam ameaça e/ou se há possibilidade de interação sexual com eles.
Com um programa de computador, if-then, “se ameaça, luta ou fuga?”, “se não ameaça, seria uma oportunidade sexual?”
É o desejo de prazer em operação. Novos preconceitos entrarão aí, para ambos os sexos, numa velocidade tão grande que não nos tornamos conscientes deles.
Vamos tomar um caso em especial, como exemplo. Digamos que você é um homem que nasceu hétero. Seu desejo sexual já discriminou, descartando de saída, metade da humanidade. Mas vai piorar. Qual a faixa etária que o desejo busca? A fértil (entre a puberdade e abaixo dos 50). Aparência? “Gostosa” (significa nem muito gorda, nem muito magra, com quadril mais largo que os ombros, seios e bunda notáveis). Outro grande percentual da humanidade já foi descartado.
Só depois desses filtros genéticos, aí sim, entram os filtros culturais, uns mais conscientes: fácil?, difícil?, santa?, puta?, de família?, “pra casar?, ou pra que é?”, outros inconscientes, porque forjados pela criação e o complexo de Édipo que vem com ela.
Essa lista é grande, funciona como uma minuciosa entrevista de emprego, toda preconceituosa de modo a se encaixar num conceito: o seu desejo e suas variáveis, nenhuma delas modelável pelo politicamente correto…
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