“A frase, dita por muitos, ‘Encontrei Jesus e ele me salvou!’, faz algum sentido para você?”
Francisco Daudt: Faz completo sentido. Nossa espécie é a mais carente de amparo, entre todas. Nossa dependência de pai e mãe, de seres mais fortes que nos cuidem, começa em 100% quando nascemos, cai muito lentamente, e nunca chega a zero. Desamparo é nosso maior medo.
Para agravar as coisas, temos a consciência de que nosso destino é a morte, o máximo de solidão, o desamparo final, a escuridão, o desconhecido, o estranho e todos os seus horrores, possíveis e imagináveis.
Bem, se o negócio é imaginar, por que não imaginar o amparo e partilhar com o maior número de pessoas essa imaginação? É o que temos feito nos últimos 70 mil anos: vestígios de ritos fúnebres são a primeira e mais antiga pista de uma espécie capaz de ter consciência de si, indicando que desde o início construímos uma ficção partilhada de como vencer a morte.
Todos os deuses criados desde então têm como denominador comum o amparo definitivo, a vida após a morte, todos eles pais protetores. Em nome deles, pirâmides foram construídas, guerras foram travadas, sacrifícios foram feitos, um tremendo investimento em troca de… amparo.
De modo que, sem entrar em discussões teológicas, seja pensamento desejoso ou não, a frase inicial faz todo o sentido para nossa espécie.
Explicação muito esclarecedora, Francisco!
ResponderExcluirEla também faz todo sentido.
Pra mim não faz sentido.
ResponderExcluirPra mim faz todo sentido encontrei Jesus e Ele me salvou
ResponderExcluir