Cada um que se vê vitorioso com o resultado das eleições está sendo seduzido para se sentir fodão, e para esculachar os perdedores como merdas.
Essa divisão binária dos brasileiros vem sendo construída há muito tempo: o “nós contra eles”.
Mas o “nós contra eles” não prosperaria se o terreno não fosse fértil: a crença em que a humanidade se divida binariamente em fodões e merdas começa dentro de nós: é a relação que temos com nosso próprio Superego; ele lá em cima fodão, nós cá em baixo merdas.
O momento é uma oportunidade de desinvestirmos desse vício, de retomarmos uma identidade democrática de conversa e tolerância, de ouvir o que o outro tem a dizer, de abdicar do esculacho e da vingança: com a política, com a família, com os amigos… e dentro de nós mesmos.
“Compaixão” é saber que sofremos juntos: todos nós sofremos nas mãos do Superego; todos nós somos seduzidos por ele a fazer os outros sofrerem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário