sábado, 15 de outubro de 2022

ORIENTAÇÕES SEXUAIS - O AMIGO PERGUNTA

 



“A pessoa pode nascer pedófila?”

Francisco Daudt: Não. Assim como não nasce fetichista, sadomasoquista, bestialista, necrófila, coprofágica etc. O aumento alfabético para designar minorias aponta, sim, para uma questão básica: o indivíduo. Nosso desejo será sempre singular.

Mas as orientações sexuais seguem se distribuindo pelo espectro homo-hétero, como há décadas desenhou Kinsey em sua escala, ou Shere Hite em seu relatório. Haverá, desde o hétero totalmente indiferente a outros homens (nem homofóbicos eles são), a homossexual totalmente indiferente a mulheres; com infinitas variações intermediárias.

As chamadas “parafilias” (atrações desviantes) são atrapalhações do desejo, sintomas viciosos marcados e produzidos pelos percalços da criação de cada um, o complexo de Édipo. Tanto que elas têm todas as características de vício: compulsão, repetição, aluguel mental, prazer de transgressão, prejuízo dos principais interesses do próprio e das pessoas envolvidas por ele, que não manda em sua vida, é prisioneiro de sua compulsão.

Tomemos a pedofilia como exemplo: ela acomete principalmente homens com desejo homoerótico reprimido e conflituoso. Não é de espantar que seja tão comum entre o clero católico: o gay reprimido descobre uma profissão respeitável em que ele é PROIBIDO de se casar. Passa a ter poderes e acesso junto a meninos (alunos ou coroinhas).

Aí está a tempestade perfeita: motivação, meios e oportunidade se somando para produzir um substituto possível do que seria uma realização amorosa de seu desejo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário