“Me pegaram, me mandaram ficar imóvel, e me mapearam o corpo para descobrir minhas zonas erógenas. Fiquei fora de mim! Nem sabia que determinadas áreas do meu corpo eram capazes de me dar tanto prazer. Isso é normal?”
Francisco Daudt: Não. Isso é totalmente anormal, no sentido estatístico. Não só você é uma raridade afortunada, mas quem te mapeou também. O normal é que a pessoa passe a vida só percebendo prazer na boca e nos genitais, e que jamais, sim, jamais se disponha a pesquisar com tanta meticulosidade, quer em si, quer em outros, as áreas do corpo capazes de gerar prazer intenso, de arrepiar, de dar tesão.
Zonas erógenas são isso. Desde que nascemos, elas concentram nossas atenções, já que somos máquinas programadas para buscar prazer - é assim que o gene egoista nos manipula para se duplicar. A primeira é a boca: sugar alimenta e dá prazer. A segunda é o esfíncter anal: o jogo de retenção/liberação das fezes dá prazer, e foi tomado por Freud como ícone de negociação com a cultura (você precisa saber onde defeca). A terceira é a genital: do prazer que ela produz virão nossos genes duplicados.
Mas quando o indivíduo sai da fisiologia para o esporte, ele pode explorar cada centímetro quadrado de seu corpo como zona erógena em potencial. Com a exceção da ponta dos cotovelos, já ouvi de tudo.
Os exemplos mais corriqueiros são os mamilos “felizes” (é triste, mas mamilos cegos não são raros), o períneo e a parte externa do ânus. Essa perianal é um problema, quase um tabu para os homens, que dirá o canal retal… Eles têm um potencial de prazer enorme, frequentemente inexplorado, pelos medos de viadagem.
Menos comuns são: axilas, nuca, pescoço, orelhas, canal auditivo, narinas, laterais do tronco, umbigo, virilhas, nádegas e seu rego, parte interna das coxas, parte de trás dos joelhos, pés e seus dedos. Basicamente, onde puder haver cócegas, poderá haver prazer, se o estímulo for o certo.
Outra questão é o tipo de estímulo. Os mais bem sucedidos são a lambida e a sugada. Mas as mordidas leves, a passagem das unhas em intensidade variável, a massagem, a pegada também têm seu lugar.
Ou seja, como disse o amigo politicamente incorreto, “esse negócio de foder é pra proletário (que vale pela prole que produz); tem tanta coisa boa pra se fazer na cama e o cara fica obcecado com os finalmente?”
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