O professor Stephen Kanitz me fez essa pergunta, e aqui a respondo, da forma mais concisa possível:
É porque as duas estudam o sapiens por ângulos complementares: a psicologia evolucionista contempla a espécie; a psicanálise contempla o indivíduo.
A meu ver, não há como entender o indivíduo sem saber as forças biológicas da espécie que nele operam.
Os culturalistas, aqueles que creem que o ser humano nasce como uma folha em branco, onde a cultura tudo escreverá (poderíamos ser ensinados a ter tesão num rinoceronte?), cometem um erro grave ao negar as forças biológicas que operam em nós, mas…
…tocam na condição biológica que dá tanta força para que a cultura nos modele: a necessidade de amparo.
Nenhum outro animal nasce tão impotente, tão necessitado de amparo quanto nós. Em minutos, um bezerro ou um portrinho se põem de pé e buscam a teta da mãe. Um bebê humano, deixado sobre uma mesa plana, morrerá de fome e sede ali mesmo: não consegue nem CAIR DA MESA.
Pela vida afora nós faremos QUALQUER NEGÓCIO para acalmar nosso medo principal: o medo de desamparo.
Esse é o principal fator biológico a agir sobre nosso comportamento. Mas nem de longe é o único.
É por isso que quero me valer da psicologia evolucionista.
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