Você já viu criança brigando contra o sono. Ela fica chatinha, resmungona, chorosa… até cair desmaiada.
Existem situações que exigem de nós o desligamento dos controles e a entrega total, caso contrário não acontecem, ou acontecem mais ou menos, assim assim…
Não são só as crianças que brigam contra o sono. Adultos obsessivos que não desaceleram, não conseguem parar de pensar, adolescentes com f.o.m.o., e tantos outros que querem controlá-lo, forçá-lo, qualquer coisa, menos “se entregar nos braços de Morfeu” (filho de Hipnos, o deus grego do sono, Morfeu era o deus dos sonhos). Daí vem o sucesso dos remédios que nos põem para dormir na base da porrada.
As funções intestinais e da bexiga são outro exemplo em que controle e entrega precisam conversar. Freud considerou o aprendizado do controle dos esfíncteres como a principal metáfora do nosso processo civilizatório: a famosa “fase anal”. Existe hora de prender, existe hora de soltar; é preciso atender a cultura (usar o local adequado), é preciso atender às demandas do corpo.
Mas novamente, se na hora não houver entrega, se os controles não se desligarem, haverá prisão de ventre, retenção urinária (ou aquela demora horrível no mictório do cinema, com gente atrás esperando) e, pior das inconveniências, eventuais explosões e escapes…
Com o orgasmo é a mesma coisa. Nas mulheres, a relação entrega/orgasmo é mais evidente. Mas com os homens, o mesmo se passa: o pênis tem ideias próprias, é preciso ouvi-lo, respeitá-lo; de alguma maneira, se entregar a seu comando. Querer impor-lhe comportamentos é receita garantida para sua rebeldia: ou não sobe, ou ejacula rápido, ou não ejacula de todo. Mas orgasmo que é bom, nada…
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