“Qual a importância que você dá ao diagnóstico? De que doenças a psicanálise trata?”
Francisco Daudt: Total importância. O diagnóstico é a base do trabalho psicanalítico. Sem ele, não há estratégia de tratamento, não há norte para a busca de cura.
Defendo que a psicanálise se comprometa com diagnóstico e cura das doenças diagnosticadas, que não se esconda e se acovarde com metas vagas, como “autoconhecimento”. Isso só se dá por medo de ineficiência.
As doenças psíquicas tratadas pela psicanálise são as neuroses, os vícios e a depressão. Quanto às psicoses (esquizofrenia, maníaco-depressiva), tenho sérias dúvidas sobre sua eficácia. Nenhuma demência é tratável pela psicanálise. O mesmo para psicopatia.
Num apanhado sucinto, as neuroses são: obsessiva, fóbica (síndrome do pânico inclusive) e histérica.
Os vícios podem ser de substâncias (álcool, tabaco, drogas, carboidrato);
Ou comportamentais (sadomasoquismo, domínio/submissão, fodão/merda, hipocondria, cleptomania, acumulação, mitomania e outros).
A depressão aguda ou crônica e o luto patológico.
A propósito do luto, há condições transitórias tratáveis pela psicanálise. Mas como ele, elas não são doenças psíquicas, pois não reúnem as características que definem uma doença: compulsão, repetição, grande aluguel mental, e dano à qualidade de vida e à integridade ética do portador.
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