DEMOCRACIA MENTAL
De Douglas Estevam: “O que você faz é uma antropologia filosófica?”
Francisco Daudt: Interessante, você ter nomeado meu assunto de antropologia filosófica.
Eu combino psicanálise e psicologia evolucionista para entender a mente humana. De fato, é uma antropologia, um estudo do homem.
E há uma face filosófica na psicanálise: dela deriva uma amada (filos) sabedoria (sofia), a de que a saúde mental mora no equilíbrio entre os poderes psíquicos, uma espécie de democracia mental em que o Eu (Ego) é o executivo, conhece e ouve tanto o “Algo em mim” (Id), que é o parlamento, o representante do desejo do “povo”, quanto o “Acima de mim” (Superego), que é o judiciário.
É a partir dessa conversa civilizada que o Ego (Eu) se torna gerente dos nossos desejos, sujeito de nossos verbos: Eu quero, Eu ambiciono, Eu sinto desejos, Eu levo as leis em consideração, Eu faço por onde atendê-los.
Para a nossa mente, a democracia é saúde e a tirania é doença.
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