quinta-feira, 24 de junho de 2021

TERROR DOS PALCOS - O AMIGO PERGUNTA


“Qual a origem da fobia social, do medo de aparecer em público?”

Francisco Daudt: Vem da obrigação de ter que ser outra pessoa, porque você “sabe” que ser você não é o bastante.

Fazendo uma caricatura bem “Freud explica” (mas só pra provocar), você foi criado sob amor condicional: “eu te amarei se… você atender às minhas expectativas”. A partir daí a criança fica tentando ler o que esses pais esperam dela, tentando ser outra pessoa. Expressões como “você me decepcionou!” também ajudam.

A criança não entende a injustiça contida na proposta, mas certamente se perturba com ela. Seu Superego se constrói de forma supercrítica, em constante observação de seus atos, em permanente desqualificação do que você faz de espontâneo.

Como fruto dessa injustiça, uma grande quantidade de raiva é reprimida, pois é raiva contra alguém de quem sua sobrevivência depende… e a bomba-relógio está armada.

Quando isso acontece com alguém com forte desejo exibicionista (não é nada vergonhoso ou errado ter tal desejo, ele nasce com a pessoa, e é uma das armas de sedução), a criança será tímida – que teme o julgamento da plateia – e um dia, a partir de uma situação, a fobia se desencadeará.

Todas as fobias derivam de dificuldades de gerenciamento da raiva. Tendem a acometer obsessivos bonzinhos; costumam estar acompanhadas de relações sadomasoquistas sutis com pessoas afetivamente importantes (pai, mãe, cônjuge, chefes et al.).





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