Um jovem gay envergonhado busca uma profissão que lhe dê sustento, status, amparo social, e se possível o ponha em contato com grande número de possíveis parceiros sexuais (ou apetitosos petizes).
Descobre que o sacerdócio católico é perfeito: além de lhe proporcionar tudo isso, ainda proíbe o casamento, ou seja, ele pode permanecer solteiro sem dar pinta. Não é de espantar então o número de casos de pedofilia entre o clero.
O sacerdócio católico é um caso exemplar de seleção adversa: um critério de filtragem que sempre escolhe os piores.
O conceito de seleção adversa vem da economia, mas a ideia serve à perfeição para vários outros casos de “filtragem do mal”.
Naturalmente, a que mais me preocupa é a da carreira de psicanalista.
Se a psicanálise for apresentada como uma profissão pós-moderna onde tudo é relativo; não existem distinções entre verdadeiro e falso; nada vale nada, tudo vale nada e nada vale tudo; onde basta dominar um jargão incompreensível, que nem o próprio psicanalista entende (mas finge/está convencido/acha que entende); onde a meta é a “busca do inefável” (seja lá isso o que for); uma profissão que veio para confundir, não para explicar; em que existe um pacto perverso entre os que não entendem nada para fingir que entendem tudo...
...aí teremos a tempestade perfeita para selecionar os piores: a seleção adversa.
Eis porque vivo fazendo o marketing da transparência e da clareza. Quero seduzir aquele que cogita entrar na profissão para essa ideia simples e básica: ter direito de entender o que estuda; ter direito a dizer “não entendi”, quando for o caso; ter direito a não enrolar seu futuro cliente... e de não ser enrolado pelo seu atual analista.
A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD
Disponível em: https://7letras.com.br/livro/a-criacao-original/
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