“Ah, o meu desejo está voltado para a pessoa, não para aparência.”
“Qualquer pessoa? Um idoso com Alzheimer?”
“Aí também não, meu negócio é mulher…”
“Bem, agora que você deixou 50% da população mundial de fora, vamos à próxima: menina de onze anos com obesidade mórbida?”
Depois de muita pergunta, fomos chegando mais próximo ao objeto “genérico” de seu desejo:
Mulher. Entre 18 e 50 (mas seria melhor entre 20 e 35). Gostosa (“meu negócio é cara, peito e bunda”). Capaz de conversar (“se for reflexiva e bem informada, melhor”). Classe média (“nem menininha do Country, nem riponga, nem caixeirinha da Sloper”). “Não pode fazer joguinhos, gosto de papo reto”…
A lista era longa, mas… “quem não tiver pecados que atire a primeira pedra”.
Assim é o desejo: ele sempre tem um perfil definido, pode perguntar para si mesmo, começando pela clássica “para onde vão seus olhos?”. Dá a impressão de que somos um monte ambulante de preconceitos e discriminações.
Bem, no tocante ao desejo, a impressão é correta: somos.
A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD
Disponível em: https://7letras.com.br/livro/a-criacao-original/
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