quarta-feira, 26 de maio de 2021

“Como a psicologia evolucionista contribui para a psicanálise?” - A NATUREZA FALA

 


“Como a psicologia evolucionista contribui para a psicanálise?”

Francisco Daudt: Porque ela é de esplêndida ajuda para se entender como a mente funciona.

Há, nas ciências humanas, a tendência forte a ver o ser humano como um produto exclusivo da cultura, como se nascêssemos uma página em branco (tábula rasa) onde o meio iria escrever tudo o que somos.

A proposta da psicologia evolucionista é mostrar como o nosso lado “bicho” opera em nós, e como ele interage com a cultura (em inglês, “nature and nurture”).

Espinoza disse que a liberdade consiste em conhecer os cordéis que nos manipulam. A psicanálise visa aumentar nossa margem de liberdade de escolhas (já que o “livre arbítrio” não é tão livre assim). Ela contempla os cordéis da nossa criação, os embaraços e enredos de quem nos criou, e como ficamos enrolados neles.

Mas isso não é suficiente. A psicologia evolucionista estuda os cordéis genéticos, a influência da natureza.
Precisamos conhecê-los. Um exemplo forte? Homens e mulheres têm naturezas diferentes, a seleção natural desenvolveu neles comportamentos especializados, só porque mulheres engravidam e homens não.

Dificilmente alguém das humanas dirá que o fato de a gravidez ser exclusiva das mulheres é uma determinação cultural, e não genética. A partir desse exemplo simples, podemos aprofundar o estudo de como a natureza influencia nosso comportamento, nossas alegrias e nossos problemas.

Começo aqui uma série nova, sobre psicologia evolucionista: A NATUREZA FALA. São pequenos exemplos tirados do meu livro de referência sobre o assunto: “Evolutionary Psychology - the new science of the mind”, de David Buss. (David Buss é o “cara”!).

A foto na capa do livro é do jovem Charles Darwin.



 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD



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