“Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra” (Lucas, 6; 27).
Mas... e o que levou ao primeiro tapa? Esta pergunta é ícone da maior censura de pensamento da atualidade. O senso comum diz que, se a pessoa se apresenta como vítima, a ela toda indenização INQUESTIONÁVEL é devida. Ela tem indulgência plenária; o simples pensar que ela pode ter erros já é visto como um insulto imperdoável.
Está certo que nossas mães sempre disseram, “Você até tinha razão, mas quando bateu no seu irmãozinho, perdeu a razão”. Qualquer violência não praticada pelo Estado (que detém o monopólio da força, para o impor o cumprimento das leis) é crime.
Está certo também que a humanidade vem buscando meios de implementar a ética e a cooperação num animal tão selvagem e predador quanto o sapiens. E que cultivar o sentimento de culpa foi um desses meios (incrível como ele prosperou na cultura judaico-cristã!).
Mas o sentimento de culpa acaba sendo injusto, pois não contempla a outra parte, a do irmãozinho irado e agressor. Não há atenuantes nem advogado de defesa para ele: a vítima tem, não apenas razão, mas toda a razão.
Será?
A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD
Disponível em: https://7letras.com.br/livro/a-criacao-original/
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