Um dos muitos motivos atuais de tristeza, lidar com o luto entrou no dia a dia do meu trabalho de consultório.
Não estou falando só do luto dos amores desfeitos, ou das ilusões e esperanças perdidas, que esses nunca cessam de aparecer, mas do luto pelos mortos da Covid, que tem como agravante a distância do ente querido, seja na doença, seja na morte.
A ausência do rito fúnebre, do velório, do ver o corpo no caixão, aumenta o período de aceitação da perda, a irrealidade da nova condição, o inconformismo.
Outro agravante é o sentimento de culpa, a suspeita sobre quem poderia ter trazido o vírus para casa, os “e se...” que atormentam a imaginação e tiram a preciosa noção de que tudo o que estava ao nosso alcance foi feito para proteger/salvar a pessoa que morreu. A ideia de haver um culpado entre os próximos é uma tortura.
Sim, o luto não é uma doença, faz parte da vida, ele termina numa herança de belas lembranças da vida partilhada.
Mas as circunstâncias adversas podem adoecer o processo. Não é fácil lidar com o luto patológico...
A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD
Disponível em: https://7letras.com.br/livro/a-criacao-original/
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