“Sempre ouvi dizer que o psicanalista deve ser neutro, para que o cliente projete nele suas realidades psíquicas. Você acha isso também?”
Francisco Daudt: Não. Primeiramente, porque não existe neutralidade e sim “encenação de neutralidade”, e se há uma coisa que um psicanalista deve evitar é ser fake.
Em segundo lugar, porque a psicanálise precisa deixar claro o que deseja: saúde, verdade, conhecimento do desejo e do Superego do cliente, para que ele não fique prisioneiro de sua guerra interna, seja independente e autônomo para conduzir sua vida.
Em terceiro, porque o psicanalista precisa se posicionar como prestador de serviços de saúde mental para seu cliente, e não como um ser misterioso e superior – retrato do Superego – de quem o cliente tem medo.
Em quarto, porque esse negócio de “se projetar sobre a tela em branco de um psicanalista neutro”, como método de conhecer o inconsciente, é conversa fiada: a investigação que se dá por confiança funciona muito mais. O psicanalista não está ali para vencer o paciente, mas para convencer de que ele é seu aliado na busca da saúde e da cura.
Lembrando: Freud abandonou a hipnose também porque ela era uma imposição de poder. A psicanálise não pode estar “Acima de mim” (Superego), ela precisa estar do meu lado.
A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD
Disponível em: https://7letras.com.br/livro/a-criacao-original/
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