domingo, 29 de novembro de 2020

O AMIGO PERGUNTA - “O que você faz quando o problema não é do cliente, e sim de alguém próximo a ele?”

 


O AMIGO PERGUNTA 
“O que você faz quando o problema não é do cliente, e sim de alguém próximo a ele?”

Francisco Daudt: Nada... a menos que o problema do outro seja, afinal, um problema do cliente. Inúmeras vezes diagnostiquei e sugeri médico, advogado etc. para problemas que acabavam afetando meus pacientes.

Mas dois casos são cômicos e ilustrativos. A mãe idosa da paciente a estava levando à loucura. Era uma irritabilidade claramente depressiva, e a mãe, autoritária e teimosa, se recusava a ir a médico ou achar que havia algum problema com ela. 

Eu disse à paciente: “Você vai comprar esse antidepressivo”. “Mas eu não estou deprimida”, disse ela. “Não é para você, é para sua mãe. Eu sei que ela não aceita remédios, você diga que é um revitalizante supermoderno para idosos” (o que não é, afinal, uma mentira).

A mãe adorou, a vida da minha paciente mudou significativamente para melhor. Tempos depois, recebo um telefonema da mãe (os telefones funcionavam, na época): “Doutor, minha filha está viajando, o Sr. poderia me dar uma receita daquela vitamina maravilhosa que eu tomo?”

O segundo caso é do marido da cliente, supostamente sofrendo de impotência. Já havia tentado de tudo... e nada. Ele nem chegava perto dela; se se beijavam, logo ele arranjava uma desculpa para se afastar.

Só que aquilo não me parecia impotência, e sim inibição. O marido não era chegado ao pensamento reflexivo, não adiantava “conversar” com ele. A meu ver, ele chegava na cama com uma tonelada de cobranças e culpas, com enormes expectativas de desempenho. Convenhamos, é um conjunto de pensamentos nada inspirador.

Como a coisa se arrastava por meses (em todos os sentidos), expliquei minha impressão à paciente e a instruí. É isso mesmo, fiz um côutchingue sexual para ela.

Na noite seguinte, os dois na cama, ela disse ao marido: “Não quero sexo, quero chamego e beijinho; mesmo se você se animar, eu vou dizer não. Só quero poder usar o vibrador e ter um orgasmo, enquanto a gente se faz carinho”. 

Docemente constrangido, ele concordou... e foi um sucesso. Terminada a função, ele comentou: “Mas é tão simples assim? Que beleza!”

Quando amanheceu, ele lhe disse: “Sonhei que te comia... e foi ótimo; na verdade, eu estou com vontade de te comer agora!”

E comeu.










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