(Publicado em 31 de janeiro de 2012)
Oi. tenho 24 anos e meu namorado tem disfunção erétil. Para mantermos uma boa relação sexual, ele necessita de medicamentos. Contudo, quando ingere o remédio, acabo ficando quase obrigada a manter a relação, não só para não magoá-lo, mas também porque sei o quanto são caros os remédios e o esforço que ele faz para adquiri-los. O que devo fazer?
Caroline
Prezada Caroline,
Quando a gente desenvolve um raciocínio lógico, deve-se sempre perguntar se o começo, a premissa, está correta. Se ela não estiver, não adianta o raciocínio ser bom, a resposta estará errada. “Meu namorado tem disfunção erétil”. Será esta uma premissa correta? O que tenho visto no consultório é que os rapazes estão pressionados para ter um desempenho sexual formidável. A pressão causa-lhes medo. Ora, não há nada como o medo para impedir a ereção, não importa o desejo envolvido. Para contornar esse medo, é comum que rapazes perfeitamente normais se valham dos Viagra da vida. O problema então não estará na disfunção erétil, mas no medo. Você não sabe, mas é enorme o número de homens que tem medo de mulher, do julgamento que elas vão fazer de sua virilidade, e quanto mais valorizadas elas são por eles, mais medo eles têm. Minhas sugestões: pergunte para ele se a “disfunção erétil” se apresenta quando ele se masturba (não se incomode em perguntar, todos os homens se masturbam). Não? Pois então ele não tem disfunção erétil nenhuma, só tem medo. Outra: peça a ele para não usar mais remédio, pois você não estará esperando penetração, e sim diversão. Diga mais, que o doutor proibiu penetração durante um mês, pode-se fazer de tudo, todas as boas brincadeiras que a atividade sexual contém, menos penetração. Todos os pacientes a quem fiz esta imposição acabaram chegando para mim com um sorriso maroto, dizendo que tinham me desobedecido… e foram felizes por… um bom tempo.
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