(Postado em 31 de janeiro de 2012)
Venho acompanhando suas respostas e o Sr. me parece não dar a menor importância à fé. Em seu livro “O Amor
Companheiro” há mesmo um capítulo chamado “As crenças de um não crente”. Temos nos esforçado por criar nossos filhos dentro da religião, mesmo que eles, para nossa tristeza, parecem desprezá-la. Dostoievsky afirmou que “se não existe Deus, então tudo é permitido”. Nestes tempos de falta de ética o Sr. não acha que a religião é indispensável?
Dario e Susana Almeida
Prezados Dario e Suzana,
A fé, explicou-me um querido amigo religioso, “é a entrega amorosa ao que não pode ser explicado pela razão”. Ainda por ele: “ela é uma mistura de dom e de vontade”. Há pessoas afortunadas que têm os dois, essas sentirão que há alguém por elas, que as protejam, e encontrarão enorme consolo e apoio em suas vidas, diminuindo seus estresses, tocando suas vidas do jeito que podem, entregando a Deus o que não podem. Enfim, é uma bem-aventurança.
Há, porém, aqueles que não foram abençoados nem com o dom, nem com a vontade. Estou entre eles. Sou um apaixonado pela razão, e esta me faz ético e solidário com meus semelhantes, mesmo fazendo face ao desamparo e à solidão características de nossa espécie. Seus filhos podem não ter apreço à religião (que é a fé regulada por alguma instituição), mas podem bem ter fé, se por ela foram abençoados, numa relação sem intermediários com seu Criador. Foi como começou o protestantismo. Não significa que serão pessoas sem altos valores. Tenham fé neles.
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