(Publicado em 31 de janeiro de 2012)
Quando eu era adolescente, 17 anos, um primo mais velho (30 anos) de quem eu gostava muito começou a ser cada vez mais carinhoso comigo. Um dia ele disse que me amava, que queria me dar prazer, e que ia me ensinar como. Ele foi extremamente amoroso e cuidadoso, e eu gostei tanto que sempre me entreguei. Nossa relação durou até os meus 20 anos, quando tive a primeira namorada e parei com aquilo, porque me parecia traição. Mas a verdade é que me lembro dele com amor e saudade. Qual é a minha verdadeira sexualidade?
Leroy (pseudônimo, desculpe)
Pelo resto da sua carta, entendi que você nunca se sentiu atraído por outro homem, nem antes, nem depois. É capaz de você ser um hétero daqueles para quem o desejo homo nem é um assunto. Mas parece que o senso comum às vezes te põe uma pulga atrás da orelha. Você deve ter erotismo anal, nada incomum em héteros, apesar de eles desconfiarem disso. Seu primo tinha desejo homo, mas era masculino, forte e protetor. Creio que vocês tiveram uma história de amor como as da Grécia clássica: o amor parental expressado em desejo pleno de delicadeza. É uma força poderosa. O protegido encontrando o protetor que lhe ensina, e acolhe suas fragilidades com respeito. O prazer de ser passivo é algo perturbador para os héteros (acham que isso é coisa só de gay). A sexualidade humana é complexa e rica, cada indivíduo tem a sua. Aproveite em paz suas belas lembranças.
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