(Publicado em 01 de fevereiro de 2012)
Estou apaixonado, foi amor à primeira vista, só nos conhecemos há duas semanas, mas quero me casar com ela ontem. Um momento de dúvida me fez perguntar o que o Sr. acha.
Eu chamaria seu momento de dúvida de “um momento de lucidez”. A paixão é um estado de insanidade temporária com prazo de validade (em torno de três anos).
Ninguém se apaixona por uma pessoa, e sim pela idealização que mora em nossa cabeça. Por favor, não se case embriagado. Entendi que você é separado e mora sozinho em seu apartamento. Pois então seu risco é maior ainda. Mesmo que vocês não troquem alianças na frente do padre ou juiz, aquela preguiça que nos faz dizer “dorme aí” acaba dando na união estável, que é o mesmo que um casamento, passando pela escova de dentes, uma mudinha de roupa, uma nécessaire… e pronto: casados estão, sem uma antiga instituição chamada namoro que permitia uma espécie de “test-drive”, quando o casal podia observar as convergências e divergências entre eles. Isso não dava garantia de nada (não existem garantias, nem para resfriado), mas melhorava as chances de se fazer uma boa sociedade. Se vocês quiserem filhos então, torna-se a mais séria sociedade que você fará na vida, pois é para sempre. Existem divergências fatais (ele é ateu e ela já encontrou Jesus) e convergências deliciosas, como se sentirem amigos e terem papo interessante. Tente ao menos avaliar essas coisas antes de terem filhos, já que percebo a união estável a caminho.
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